segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Pouco mais que um mês na Alemanha


Dia 18 de setembro completamos um mês aqui na Alemanha. Ficamos devendo pra vocês um relato mais detalhado de tudo o que tem acontecido. A correria do dia-a-dia não nos permitiu escrever com tanta frequência, além do acesso a internet ainda ser difícil.

Nesta última semana terminei uma etapa do curso de alemão. Completei o nível A2, e na segunda semana de outubro começo o B1. Em fevereiro devo fazer um exame (chamado DSH) que comprova o nível de conhecimento da língua para estudar na Universidade. A Lu ainda não teve aulas de alemão, mas a Missão já conseguiu uma professora e já está agendado um encontro com ela pra decidirmos os horários das aulas. Agora é essencial que nós saibamos falar a língua pra poder fazer amizades e viver na nova cultura.

Algo que nos deixou preocupados foi a negativa da matricula na Universidade. O setor de matricula disse que sem um mestrado não seria possível ingressar no doutorado. Isto parece obvio quando pensamos no sistema brasileiro: bacharelado – mestrado – doutorado. Acontece que aqui existem momentaneamente dois sistemas, um antigo onde se estudava teologia por 6 a 8 anos e depois poderia se ingressar no doutorado ou ser ordenado pastor. E um sistema novo, parecido com o nosso. Esta mudança visa preparar o sistema alemão para os “padrões internacionais”. Quando planejamos vir pra cá não sabíamos que a Universidade de Erlangen já estava com a transição concluída. Outros colegas não tiveram o mesmo problema que nós, então planejamos tudo conforme o sistema antigo. O Dr. Fischer, que o responsável pelos doutorandos e intercambistas na Mission EineWelt, fez contato com meu orientador e com a Universidade. Meu orientador falou com o orientador do Vitor pra saber como foi feita a admissão dele lá em Jena. Em uma semana encontraram o caminho. Recebi a autorização pra matricula por 2 semestres. Neste tempo o órgão oficial em Bohn fará a avaliação do meu currículo e indicará o que eu preciso fazer para complementar os meus estudos. Na verdade, eu já sabia que seria necessário fazer uma complementação de estudos aqui. O que foi surpresa para mim foi a exigência do grau de Mestre em Teologia. Exigência esta que não é feita aos estudantes alemães, apenas aos estrangeiros. Argumentamos que com a ordenação, na prática ,além dos estudos acadêmicos eu tenho pratica pastoral numa comunidade. Nesta semana vou efetivar a matricula, e aí está tudo certo pra começar os estudos. Dia 12 faço um teste de equivalência do curso de alemão pra ingressar num curso preparatório para o DSH (certificado de conhecimento do alemão para o ensino superior). Neste semestre o foco será o estudo do alemão, com o DSH feito posso me ocupar com os meus estudos teológicos.

Tirando esta loucura burocrática toda, as duas últimas semanas foram cheias de aventuras para nós. Fomos duas vezes para Nürnberg e uma vez para Fürth, no IKEA. O primeiro passeio pra Nürnberg foi pra comprar roupas mais quentes pra Ana. Acabamos passando a maior parte do tempo nas lojas, procurando, provando, escolhendo uma série de coisas que a Ana precisava pra esse outono. Foi um bom dia de compras e passeio, pra terminar o dia tomamos um sorvete que estava uma delícia.
Na segunda-passada fomos mais uma vez ao IKEA em Fürth. Desta vez nos aventuramos com  trem e ônibus. Eu estava no curso de alemão pela manhã, a Lu e a Ana vieram sozinhas de Neuendettelsau com o trem. Foi a primeira vez que elas saíram de trem sozinhas. Mas foi tudo bem. Peguei elas na estação e apenas trocamos de plataforma pra ir até Fürth. Lá foi um pouco difícil pra encontrar o ponto certo pro ônibus. Achei que fosse um ponto, ficamos esperando, e quando me dei por conta vi nosso ônibus num outro ponto já saíndo. Tarde de mais. Aprendizado: observe qual é o Richtung  (sentido) da linha! Esperamos vinte minutos e finalmente pegamos o ônibus até o IKEA. Lá foi uma aventura! Fomos com objetivo de comprar um colchão novo pra cama. Não estávamos nos adaptando aos dois colchões separados e ainda de tipos diferentes. Então resolvemos investir nossas economias num colchão, afinal serão 4 anos dormindo por aqui. hehehe
Esperando o onibus pra ir ao IKEA - primeira vez que a Ana andou de onibus hehehe
Fomos passando pelas prateleiras e amostras, olhando, escolhendo o que precisávamos, aquela coisa normal de se ir numa loja – claro que o IKEA é uma monstruosidade de loja. Quando estávamos lá no final, olhamos pro relógio e vimos: puxa, não vai dar tempo de pegar o próximo ônibus, vamos ver na net quais são os próximos. Verificamos qual era o próximo horário – tínhamos uns 50 minutos pra decidir o que fazer. O problema era que não estávamos  decididos sobre qual colchão levar. Se compraríamos um mais em conta e uma cama menor, ou se ficaríamos com a cama da casa e pegaríamos um colchão maior (pro tamanho da cama que temos). Fomos lá analisamos, calculamos e decidimos ficar com o que havíamos escolhido. Supermarket (quem lembra desse programa na Band?? Haha), saímos correndo e fomos ao caixa. Pagamos, fomos retirar o colchão e despejar no serviço de entrega. Demorou muito e perdemos o ônibus. Só que o próximo só em uma hora e meia. Bom, esquentamos comida pra Ana, pegamos um lanche pra nós (o IKEA tem tudo – lanchonete, restaurante, comida infantil orgânica!!!) e esperamos o próximo ônibus. Nesse tempo caiu uma chuvarada daquela. Pensamos que estaríamos perdidos – pagar taxi ou algo assim pra sair dalí. Mas a chuva acalmou e parou até a hora da nossa saída. Agora vem a pior parte. Pegamos o ônibus e fomos até a estação do U-Bahn (metrô) em Fürth. Fomos descendo as escadas com o carrinho da Ana (ela já estava dormindo a essa altura – já eram 20h), já estávamos na escada rolante com o carrinho pendurado quando ouvi o barulho do metrô. Me abaixei, olhei o Richtung (agora já tinha aprendido a lição hehe),  vi que era o nosso e era o último!!! Corremos, empurrando o carrinho e entramos ligeiro no vagão. Cruzamos a porta e já apitou avisando que iria fechar. Ufa!! Dentro do metrô. Próxima etapa, ir até a Hauptbahnhof  (estação central) de Nürnberg. O metrô chegaria na Hbf  as 20:30. Se não me engana tinha 8 estações no caminho. Olhavamos pro relógio e pensávamos, ele não vai chegar a tempo. E ainda temos que cruzar toda a Hbf pra pegar o nosso trem as 20:36 lá na penúltima plataforma. Mas deu certo. Chegamos na Hbf um minuto antes do horário, subimos a escada rolante com o coração na mão e quando percebi já estávamos dentro da Hbf no acesso pras plataformas. Como diariamente não uso o metrô, não sabia que havia um acesso direto no metrô pras plataformas, achei que teria que andar um monte e por isso a preocupação. Mas deu certo, fomos até a plataforma, embarcamos e seguimos pra casa. Claro, como sempre no caminho precisamos trocar de treme seguir a pé até em casa mais uns 15 minutos. Chegamos podres, cheios de sacolas na mão. Mas satisfeitos por ter conseguido cumprir esta tarefa. Obrigado Deus que nos guardou nessa loucura!

O passeio pra Nürnberg na sexta-feira já foi bem mais tranquilo. Foi bem passeio turístico mesmo. Claro que sempre acontecem coisas inusitadas, como a Ana fazer xixi no carrinho enquanto trocávamos ela dentro do primeiro trem!! Imagina, um dia inteiro pela frente e o carrinho dela encharcado de xixi. Levamos ela no colo até o carrinho secar um pouco e na primeira loja em Nürnberg compramos um body, pois a Lu tinha leva tudo, menos um body! Mas o passeio foi muito legal. Andamos “meio sem rumo” e numa certa rua a Lu parou pra tirar foto de uma “Vespa” e com isto acabamos percebendo que estávamos na frente do Museu do Brinquedo (Nürnberg é conhecida como a cidade do brinquedo). Decidimos entrar – foi muito bom conhecer a história dos brinquedos desde tempos remotos até a atualidade. Tinha uma casa de bonecas, ou melhor, uma cozinha de bonecas da época dos imperadores alemães. Era original, pertenceu as filha de um imperador e dava pra ver as marcas na chapa do fogão de que elas botavam fogo de verdade!!
Depois passamos pela Igreja do Santo Sebaldo. Naquele local na Idade Média um monge de nome Sebaldo construiu uma capela e iniciou uma comunidade cristã. Hoje está ali uma grande igreja medieval (a primeira e mais antiga de Nürnberg) e os restos mortais do “santo” estão no altar da Igreja.
Seguimos subindo a ladeira e chegamos até na casa do Albrecht Dürer, famoso pintor da época da Reforma Protestante. Quem nunca viu num Igreja a famosa pintura das “mãos orantes”? Obra de Dürer. Dali cruzamos o muro da cidade antiga e fomos até o castelo da cidade, o Kaiserburg. Não era uma moradia, mas um castelo estratégico onde os reis e depois, imperadores, reuniam-se com seus conselheiros para tomada de decisões, dietas imperiais, banquetes, e julgamentos públicos. Visitamos o museu e a capela e o palácio, onde eram oferecidos os banquetes e onde ficava o quarto e escritório do imperador. Interessante que não há mobília dentro do palácio, pois como não era uma moradia, sempre que havia uma visita do rei ou imperador, as famílias importantes da cidade traziam suas mobílias para decorar e servir ao palácio.
Do burgo descemos pela cidade velha passando pelo mercado (Marktplatz) onde esta a Frauenkirche e uma fonte com o famoso “anel dourado”. Os supersticiosos giram ele pra ter sorte. Os turistas giram pra dizer que giraram o anel dourado de Nürnberg e tirar uma foto depois. Hehe.
Rio Pegnitz na cidade antiga
Museu do Brinquedo
"Vespa" em homenagem ao Valmor Zimmermann hehe


Igreja St. Sebaldo

Vista do Castelo
Umas faquinhas pro meu compadre Israel
Patio do Castelo
Mac - esse cara aí sim bota medo!!! hahaha


Patio do Castelo
Casa do Albrecht Dürer
O tal do "anel dourado"

Ah, ontem fomos ao culto numa Gemeischaft em Nürnberg. O pastor Mathias e sua esposa Andreia são brasileiros e estão há 6 anos aqui. Foi bom estar numa comunidade de novo, ouvir uma pregação, conversar um pouco com alguém. Esperamos manter contato com eles e sua comunidade.

A Ana está de mais! Cada vez mais percebemos como ela está crescendo. O comportamento dela vai mudando, as vontades vão aparecendo! Ela voltou a distribuir sorrisos pro pessoal e está um amor. Ela ganhou um fantoche de leão do banco, e ama quando eu brinco com ela usando o fantoche. Ela abraça ele, quer morder, dá gritinhos! Uma figura.

Agradecemos as orações e o carinho de vocês. Sentimos falta dos amigos e amigas do Brasil, da comunidade em Timbó e da família. Continuem orando por nós. Temos visto como Deus é bondoso conosco e como tem nos sustentado em todos os sentidos. O aprendizado aqui tem sido diário e louvamos a Deus por isto.

A internet em casa está a caminho, agora apenas aguardamos a instalação!! Espero que seja logo!
Abraços, beijos!!
Alex, Lu e Ana Luisa.

4 comentários :

  1. Que legal...
    Estamos com vocês em oração e no coração!

    (agora dá pra comentar!)

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    1. Sim, sempre dá pra comentar hehehe
      Deus os abençoe! Bjos

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  2. Nossa, quanta aventura! E a Ana está muito fofa, uma simpatia!!!
    Muito lindo os lugares que vcs estão visitando. Já estivemos aí e deu uma saudade... Ikea também fomos. Muito legal né? Muitas coisas diferentes e em conta.
    Bjos

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    Respostas
    1. Cintya,

      Ikea é muito maluco mesmo!! Sempre tem mais alguma coisa pra se comprar por lá hehehe
      Imagino q passa um filme relembrar o q vcs viveram por aqui, vcs moraram onde?

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