sábado, 17 de agosto de 2013

Um ano do outro lado do mundo

Oi amigos!

Hoje completamos um ano que saímos do Brasil (17/08), e lógico amanhã um ano aqui! Quando paramos pra pensar, e olhar pra trás parece que foi ontem e o tempo voou. Quando olhamos pra frente e pensamos quantos desafios ainda virão, então parece que o tempo passou muito devagar.

Queridos que nos acompanharam até o Aeroporto de Floripa
Esta semana lembramos com carinho da Ana Serratine e da Eva Tesch que passaram roupa pra nós na semana da viagem. Depois vieram lá em casa pra ajudar a empacotar as coisas. Lutamos semanas pra Ana tomar suco no copo, mas foi na véspera de nossa partida que Ana aprendeu no colo da Eva! A Ivoneti e o pai dela que vieram lá em casa carregar as nossas caixas e levar tudo pra casa dos Serratine. O pessoal da JUMEUC que tirou a tarde pra ajudar a carregar as caixas e as malas pesadas. Mica e a carretinha da SEJA levando as malas pra pesar na Farmácia Timbó. Parece bobeira citar estes nomes e lugares, mas sinto que nossa história é feita de pessoas e lugares. Timbó foi muito especial na nossa vida, nosso primeiro ministério numa Igreja, a Missão Evangélica União Cristã. Nossa filha, que veio juntinho com o Calebe. A Lu e a Raquel grávidas juntas puderam se apoiar e aprender mutuamente, foi muito importante essa amizade! Tantos amigos e amigas, tantas experiências, outras lutas e sonhos. Se fecho os olhos ainda sei o caminho pro estudo bíblico em Rio Ada, ou Cedro Alto. Ainda lembro bem das visitas aos Laemmel e ao DI em Indaial. Em Timbó seriam tantos nomes pra citar. Com carinho especial os nossos grupos de estudo, na Quintino e na Oma Maas, também o grupo de centro que nas férias do Dino sempre estavamos juntos. Penso na JUMEUC e na JUMIRIM, se por um lado fizemos muito e nos dedicamos, por outro temos que reconhecer que nem sempre foi possivel dar a atenção merecida. 

Aos grupos de ensino confirmatório, aprendi muito como "descer" ao nível dos adolescentes, entender seus pensamentos e falar a língua deles. Nossos discipulados com pessoal jovem e do grupo de casais, aprendemos muito juntos. Agradeço ao Irineu Jr. minha primeira "cobaia" que tinha que decifrar meus tratados teológicos nos encontros. E o PEAL? Quantas reuniões, atas, papéis, trabalhos, sonhos, lágrimas? Vera e Nilton fazendo de tudo pra seguir adiante, pessoal da diretoria com boa vontade, com sonhos e expectativas buscando seguir adiante com o trabalho. Me alegro ao ouvir que o trabalho segue e quem sabe novos caminhos se abrem! Aos irmãos dos grupos em alemão que nos ajudaram a aprender as primeiras palavras em alemão digo Wir sind ganz vom Herz dankbar, dass sie uns geholfen haben. Wir haben dafür so gefreuet, dass nur Gott genau weiss kann. Wir wünschen ihnen reiches Gottes segen! Também aos irmãos da coordenação e conselho com quem aprendemos e vivenciamos muitas coisas, nossa gratidão. Aos grupos de casais, que foram companheiros, amigos e parceiros nos anos de ministério, saudades e gratidão. Teria que olhar na lista e no calendário velho pra lembrar de tudo, teria que citar as bandas, o pessoal que pegava junto nas obras, na organização das coisas, no programa de Rádio, os colegas pastores da IECLB, o grupo de apoio com quem fizemos um aprendizado enorme! No CETISA e na APAE, casas que a Lu semanalmente estava ali junto, se dedicando e batalhando, também deixa saudades! A MEUC-Timbó ficará pra sempre no nosso coração, e claro, um dia agente lembra mais de um ou de outro, mas é com carinho e amor que lembramos de todos. Sentimos falta disto, mas sabemos que Deus nos conduziu até aqui e o fez da melhor forma.

Gratidão bem especial aos nosso compadres Dino e Bina, Israel e Carol. Em Timbó acho que só não nos falavamos diariamente e várias vezes nas férias. Até quando viajavamos o Dino ligava pra saber se a pregação tava ficando boa, ou então pra comunicar um falecimento, que não sei ainda porque, aconteceu algumas vezes quando não estavamos em Timbó. Desde o dia que visitamos Timbó, num dia de comunhão, até o aeroporto pra embarcar pra cá compartilhamos não só um ministério, um campo de trabalho, responsabilidades, mas uma vida. Por isso não é só trabalho, é amizade, é carinho e amor. Sentimos não estar aí pra ver o baby de vocês nascer. Mas ficamos muito felizes que ele/ela virá logo pra encher a casa de vocês. Isra e Carol, parecia que depois de formados só poderiamos nos ver cá e lá por causa das distâncias, mas Deus quis vocês em Navegantes, bem perto de nós. Que bom poder vivenciar junto com vocês a chegada da Joana, uma afilhada muito especial, que sentimos falta agora, ainda mais quando pensamos que nossa Ana poderia brincar junto. Obrigado pelas visitas, os dias de folga passados juntos, os papos sérios e os nem tão sérios - com o Isra a alegria tá garantida ;-)

Aos nosso compadres que nos antecederam aqui na Alemanha Vitor e Rebeca, Gabriel e Tatiane, também um agradecimento especial. Muitos medos e muita expectativa veio pela conversa com vocês. Vocês prepararam nosso caminho até chegar aqui, foram um João Batista pra nós! Foi muito bom ver Vitor e Reby logo na chegada aqui, depois de um dia tenso e difícil de viagem. Foi excelente que passaram um tempo conosco pra nos ajudar naquele bem básico do começo. Quando ainda nos matávamos com a internet 3G lenta, o Gabriel nos mostrou o caminho das pedras que nos deu a chance de uma net+telefone baratos e bons, com ligação pro Brasil num pacote bem vantajoso! Mesmo que moramos longe uns dos outros aqui na Alemanha, sempre foi bom visitar um ao outro, ou mesmo trocar uma ideia pelo telefone. Vocês tem sido muito importantes pra nós aqui!

Bom, daria pra escrever posts sem fim pra falar de Timbó, porque a saudade é grande e se pararmos pra pensar, tem tanta história, tanto pra contar. Mas quem sabe fazemos assim, deixamos pra ir falando aos poucos a medida que voltam à mente. Assim sempre temos mais um motivo pra chorar, rir e agradecer a Deus pela vida de todos estes queridos.

Falemos então da vida do lado de cá. Muito já relatamos aqui, como foi a viagem, a adaptação, a casa nova, cursos e a vida da Ana e suas sapequices. Não é hora de fazer relatório, mas de falar um pouco mais reflexivamente do que se passou.

Nosso começo foi como uma criança que precisa aprender tudo: comer, falar, andar e até ir ao banheiro. Sim! Até ir ao banheiro é diferente, afinal o papel higiênico vai direto no vaso sanitário, sem lixeiro! hehehe. Era um mundo novo, outra cultura, outro modo de se viver. Quem acha que por nós termos antepassados germanicos e termos vivido no "Vale Europeu" em Santa Catarina a nossa adaptação foi fácil, este se engana. Nem tudo que no Brasil é dito como "coisa de alemão", realmente é assim. Ninguém come pão salgado misturado com doce aqui hehehe.

 Ana com o papai no segundo dia aqui na Alemanha
                                         
Um motivo especial de gratidão é ter amigos aqui. O alemão gosta de um "Termin" (hora marcada/agendada) para tudo, inclusive uma visita à sua casa. Passar a chamar alguém de você, ao invés de Senhor/a é sinal de intimidade. Leva-se tempo pra que um conhecido se torne em amigo. Mas foi maravilhoso logo na primeira semana sermos recebidos pela família Rudolph como se fossemos da casa. Talvez eles já sejam um pouco brasileiros, já que a filha deles foi voluntária no Lar Filadélfia, ou pela amizade deles com o Hans Fischer. Mas fato é que eles tem sido para nós uma família aqui, meu pai as vezes brinca comigo e pergunta: "como está teu pai alemão?". Aqui em Neuendettelsau temos o Jandir e Adriane, pastores da IECLB que estão em situação semelhante à nossa. Chegaram um pouco antes e já falavam bem a lingua, vieram para trabalhar na Mission EineWelt. Com eles temos tomado chimarrão ou café quase semanalmente. E tem sido pra nós também como uma família. Pena que logo eles vão se mudar pra uma dorf aqui perto, onde a Adriane é pastora. Temos também em Nürnberg o Matthias e a Andreia, e seus pequenos Daniel e Anna. Não podemos nos ver com tanta frequencia, mas tem sido muito bom estar junto com eles.

Primeira neve!

Durante esse ano consegui fazer todos os cursos de alemão que planejei. Passei no exame de proficiência com uma boa nota e me alegro por já ter lido uma pequena dogmática com bom entendimento da língua. Agora já estou lendo o primeiro livro pro doutorado e fazendo resumo. Em duas semanas começo o curso de latim, o que será o primeiro passo concreto na Universidade dentro do doutorado.  É muito bom ver que agora posso realmente trabalhar no propósito para o qual estamos aqui. Agora em setembro tenho agendada a primeira pregação em um culto, será numa cidade pequena aqui perto, numa Igreja Luterana. Tenho grande expectativa por isso!

A Lu demorou pra aprender alemão. De certa forma foi uma decisão nossa, pois a Ana era pequena e não queriamos abrir mão de estar com ela. Então a Lu ficou em casa, e tivemos uma professora particular para ela. Por causa da agenda da professora, muitas vezes só teve aula uma vez por semana, duas horas. As vezes falhavam uma ou duas semanas. Foi difícil progredir na lingua, mas é muito bom ver que agora a Lu terminou o nível "basico" e vai pro intermediário, o B1. É bom que ela pode ter sua independência assim, pois consegue falar e fazer o que quiser. Também tem sido bom pra aprender a lingua e conhecer pessoas participar no grupo de estudo bíblico, aqui chamam de "Hauskreis". A cada 14 dias ela vai a Heilsbronn, a cidade vizinha pra participar. E também esta semana começou a participar em um grupo mães que se reunem para orar. Em setembro ela começa a participar junto com a Ana em um Krabbelngruppe, um grupo pra mães com crianças pequenas. Elas se reúnem pra orar, cantar e contar histórias bíblicas junto com as crianças, e lógico também pra bater papo e um cafezinho ao final. É bom ver a Lu se envolvendo na comunidade, fazendo amigos e tendo sua independência. Também conhecemos um casal jovem, o Thorsten e a Christiane, que tem um menino de 11 meses, o Jacob. Temos nos aproximado e nos visitado. Foi a convite da Christiane que a Lu foi ao grupo de mães e irá ao Krabbelngruppe. 


Nossa pequena Ana foi quem talvez mais mudou! A pequena bebe que só ficava sentada e dava sorrisos é hoje uma pequena mocinha que corre pela casas e fala (em sua própria lingua) o tempo todo. Uma etapa importante pra nós foi o aniversário dela. Festejar sem a família foi difícil. Mas Deus foi bom e nos deu 25 pessoas muito queridas pra festejar conosco. Um pequeno sinal de que fomos bem recebidos, acolhidos e Ana é amada e tem amigos aqui! Logo depois ela quebrou a perna, um mês difícil pra nós. Mas ela tirou de letra, seja engatinhando com gesso, seja arrancando o gesso da perna num dia cedo enquanto brincavamos com ela na nossa cama (ou ela brincava e nós tirávamos uma soneca). A guria é uma figura. Come de tudo, lógico a preferencial é por tudo que é bem alemão: linguiça, molhos, knödel, spätzle "und so weiter" (e assim por diante)... Também gosta de ouvir e ler suas histórias bíblicas, e sempre depois de ler ela juntas as mãozinhas e faz sua oração, sempre terminando com um "amím". Ela ama animais, seja nos livros, na TV ou ao vivo. Tem um gato na vizinhança que ela gosta de passar a mão. Quando vê cachorros ela fica maluca, e também gosta de passarinhos. Ah, ela também curte carros. Do lado de casa tem uma loja de carros usados, ela sempre dá uma olhada nos modelos à venda hehehe. Bom é quem ela tem os amigos da Tanzania, nossos vizinhos. Os dois meninos Timothy (5) e Thomas (2) brincam com Ana aqui em casa quase toda semana. As vezes ela vai na escada do prédio e pede pra chamarmos um deles. Quem sabe além de alemão ela aprenda Swahili com eles.

Festa de um ano da Ana Luisa
                                 

Foi muito especial esse ano receber nossa família. Agradecemos muito o apoio deles quando deixamos o Brasil. Seja em oração, psicologica- e emocionalmente. Também o Pacheco que vendeu ou comprou coisas nossas e desmontou nosso apartamento no dia seguinte da nossa partida. Ainda bem que na verdade foi o pessoal da firma onde ele trabalha que fez o serviço, acho que seria emocionalmente difícil pra eles irem em Timbó e desmontar o nosso antigo apartamento sem nós por lá. 

Primeiro veio o Juliano. Com ele aprendemos como fazer turismo pela Alemanha e como brinde ganhamos dele a oportunidade de ir pra Paris. Foi muito divertido ter ele conosco, e pra Ana também foi bem legal. Ela curtiu muito cada uma das visitas. Depois vieram os Stahlhoefer. Com eles andamos de norte a sul da Alemanha, inclusive Holanda e Áustria. Que aventura! Ainda numa época em que estavam nascendo os dentes da Ana. Aprendemos também coisas importantes: nem sempre a Lei te ajuda! Mesmo que carteira de habilitação brasileira seja reconhecida na Alemanha sem tradução, algumas empresas não alugam o carro sem a bendita tradução! Mas mesmo assim, aproveitamos muito o tempo com eles. O pai até carneou um porco lá nos Rudolph e fez "visita técnica" no sítio deles. Por último os Pacheco vieram. Não fomos tão longe com eles, mas aproveitamos pra garimpar bem o nosso estado. Fomos até Praga, que apesar da chuva nos brindou com ótimas surpresas. Como eles já estavamos "pecos" sobre turismo. Já sabiamos onde economizar, onde ir, o que fazer. E ainda de quebra tinhamos o carro dos Rudolph quase o tempo todo, o que facilitou um monte a vida. Mas não foi só passeio. Foi tempo de cheirar, abraçar, beijar e conversar. De a Ana vivenciar o dindo e os avós. De brincar de esconde-esconde atrás do sofá com a vó Fátima e vô Hugo, ou atrás da porta com a vó Tânia e vô Pacheco. Tínhamos certo "medo" que Ana não fosse se apegar aos avós, mas acho que esse medo passou. Ainda hoje enquanto caminhavamos em Ansbach comentei com a Lu: a Ana se refere a vó Fátima como "Alf" (por causa do fantoche Alfa que ela mostra no skype). E a vó Tania é "au au" (por causa das cachorras que nem precisam aparecer no skype, basta um latido!).


       

         







Pra finalizar, podemos dizer que estamos felizes, sim, com saudade, as vezes chorando, mas felizes. Deus tem cuidado de nós, sabemos que estamos aqui não por qualquer razão, mas por convicção que é um chamado de Deus este tempo de preparo para a docência na teologia. Também aqui temos razões pra servir a Ele. Poder pregar num culto, ou como a Christiane comemorou "teremos uma pastora em nosso grupo!" são oportunidades que tem surgido e que queremos aproveitar. Muito obrigado a todos que nos apoiam em oração, que nos ligam no skype, mandam um recado no Facebook, no e-mail ou aqui no blog. Também aqueles que tem oportunidade de uma viagem à Europa e querem passar por aqui (alguns já agendaram conosco, depois diremos quem!) nos alegraremos muito! Lógico que queríamos poder rever e abraçar a família, amigos e pessoal de Timbó. Quem sabe ano que vem? É um sonho, como escrevemos aqui. As vezes parece longe conseguir tanto dinheiro, as vezes temos a sensação de que vai dar certo. Se puder ajudar, com R$10 ou R$20 que seja, somos muito gratos e ficaremos felizes (aceitamos mais também, sem problemas). Se puder, clique aqui e saiba porque e como nos ajudar.


Esperando o trem!


Nossa Alemoazinha!


Dia dos pais!
Deus abençoe todos vocês! Amamos vocês e queremos que se sintam abraçados e beijados por nós 3!
Com carinho, Alex, Lu e Ana Luisa.