quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Dia a dia da Lu


Olá pessoal, hoje resolvi escrever para o nosso blog e contar para vocês como tem sido o meu dia a dia. Os meus dias até que tem sido bem ocupados hehhe. Agora estou uma verdadeira dona de casa. Passo o dia a cuidar da casa, limpar tudo, cuidar da Ana, fazer comida, lavar roupas. A tarde quando o Alex chega geralmente damos uma volta em família e muitas dessas são para ir ao mercado ou na missão resolver alguma papelada. Ainda temos bastantes papéis para preencher de tudo o que é coisa. A noite depois de jantarmos todos juntos a Ana toma um banho e vai dormir, por volta das 19:30h. Então Alex e eu descansamos um pouco, para então, fazermos o nosso almoço do outro dia e lavar toda a louça. Mais tarde da noite também é quando conseguimos falar com o pessoal do Brasil, por causa do fuso horário.

A parte mais complicada do meu dia tem sido o fato de que preciso almoçar todos os dias sozinha. E aqui em casa neste momento fica um silêncio absurdo, dá só para escutar os pássaros e o tic tac dos relógios. Pois nesse horário a Ana já está fazendo sua soneca e o Alex só chega em casa depois das 15:30h. Mas Deus tem a cada dia me ajuda nesta "arte" de ficar só. Digo arte, porque quem me conhece pode imaginar como é pra mim isso.
No entanto, tivemos ontem uma ótima noticia. A partir de outubro o curso do Alex não será mais na escola de línguas, pois lá era mais para ele fortalecer a conversação. Agora ele precisa aprender alemão numa Hochschule, pois necessita ter uma ótima base da gramática, para poder escrever a tese em alemão. Sendo assim, as aulas dele serão somente duas vezes por semana e no final da tarde. Estas aulas também serão lá em Nürnberg (ele vai ter que estudar bastante em casa e ser bem disciplinado). 
Quanto a mim, eles ainda estão vendo uma professora particular, pensamos que no máximo semana que vem isto esteja resolvido. Mas sabe que já estou entendendo bastante coisa, se a pessoa fala comigo mais "langsam" eu consigo entender o que ela quer dizer. O problema está no responder hehhe.

Enquanto a Ana tira o seu cochilo pela manhã, tenho lido a Palavra e meditado cantando e orando ao Senhor. Só Ele pode trazer paz e consolo quando meu coração se entristece lembrando tudo o que deixamos para traz. Ele é o centro de nossas vidas e é só por Ele que estamos aqui. Louvo ao Senhor, porque Ele quer nos usar e peço à Ele que nos sustente dia a dia. Como disse na minha pregação em Timbó antes de ir embora: 4 anos parecem eternos, mas 1 dia dá. E Deus tem nos dado bênçãos dia a dia. Ele nos surpreende.
Também é nestes momentos de louvor que vem as lembranças e recordações. Sinto falta de estar em comunidade. Como dizemos ainda não achamos um lugar para congregar. Sinto falta de cantar com a comunidade, de cantar na banda do louvor, da pregação e do calor das pessoas. Dos grupos vários grupos da comunidade e do carinho de todos estes (vcs estão espalhados por fotos pela nossa casa, assim nos sentimos rodeados dos amigos e lembranças).
AH! Sinto muito falta das piadas do Dino e do Isra heheheh (seus malas, já chorei por falta disso heheh)  e claro da Bina minha fiel escudeira heheh e da Carol meu sempre ombro amigo. Ainda bem que tem internet e telefone no mundo moderno heheheh.  

Claro, e lógico, sentimos falta da família, principalmente de estar naquelas confraternizações onde podíamos reunir a todos e conversar coisas sem muito sentido e rir um monte. Família é tudo de bom e um presente de Deus. E a nossa é muito especial e parceira em todas as situações.
Talvez vcs possam ler e dizer, mas já sente falta de tudo isso. Claro que sim, sempre sentirei, eu tinha saudades de tudo isso até quando saia de férias hehe.

Deus me deu aqui uma nova rotina. Onde preciso aprender a ter paciência. Uma música que tem feito muito sentido para mim diz o seguinte:
“Não é sempre que Deus faz as coisas do jeito que a gente quer, muitas Ele surpreende e faz, diferente até chegar lá. Isso Ele faz pra nos testar, aumenta a nossa vivencia. Ele quer nos ensinar a ter paciência. Porque a paciência é a capacidade de suportar em sofrimento. Não é um esperar desesperado com dúvidas. Mas é um esperar com esperança e certeza de que o Pai conhece a situação. Paciência para com os outros é amor, paciência pra conosco mesmo é esperança, paciência pra com Deus é FÉ”.

 Caraca!! Essa música diz tudo, Amém Senhor!

Antes de ir para as notícias da semana. Quero mandar um beijo bem especial para os nossos afilhados. Os dindos estão com muitas saudades de vocês, mas saibam que vocês estão sempre em nossas orações. Acompanharemos o crescimento de vocês mesmo de longe. Amamos vocês: Luis Flávio, Joana, Pamely e Calebe.    






Mas vamos as notícias da semana:
A Ana está comendo muiiiiito. Ele vai nos deixar pobre heheh... Ela tem comido o dobro ou mais do que no Brasil e tem lanchado no intervalo das refeições. Come em média 400gr de comida nas refeições principais... MEU CHAPÉU!!! Detalhe é que em muitas vezes temos que complementar isso com mais uma fruta, pois a pessoa começa a chorar quando terminamos de dar comida.
Ele gosta muito de suco de maçã e tudo o que tenha maçã, banana e pera. Também aprendeu a comer Kiwi. E para a alegria de nossa amiga Ana Serratine ai do Brasil, a Ana agora como duas vezes por semana bolacha e também Milchbrei.
Ai está a foto de como a Ana anda comendo muito... reparem na barriguinha!!


Ela ainda não engatinha e fica brava se é incentivada heheh. Tudo bem então, faça isso quando quiser!
Quando está perto das pessoas que estão falando em alemão fica prestando muita atenção. Está estranhando um pouco as pessoas e as vezes chora quando a pegam no colo.
Já sabe arrancar as meias do pé. E fala bastante em sua linguagem própria. Diz: Mama e Nenêm, além de outras palavras. Acho que ele vai aprender a falar antes de andar heheh.
Ama brincar com o celular do papai e agora começou a assistir em alguns dias, uns 15 minutinhos de DVD infantil. Fica paralisada assistindo. Dorme umas 12h por noite e três (as vezes duas) sonecas durante o dia. Agora passou a acordar as 7:30h manhã, oba, ganhamos 30 minutos a mais de sono.
Tá cada dia mais esperta e sabe bem o que quer e diz em alto e bom som hehe.
Daqui a alguns dias completará 9 meses, puxa agora falta somente mais 3 meses para sua festinha de um ano, como será?????

A missão aqui comprou uma bicicleta para nós e estão vendo uma para mim com assento para a Ana. Agora fica mais rápido e fácil chegar nos lugares.

No final de semana fomos para a Schwimmbad NOVAMARE, foi a primeira vez da Ana na piscina. Ela amou principalmente quando fomos para a piscina de hidromassagem, ai sim ela ficou alegre. Ficava batendo as mãos na água ao ver aquelas bolinhas e fez a maior festa. A piscina fica perto da nossa casa e é aquecida, uma delícia.



Falando em nossa casa, ainda me refiro a casa em Timbó, muitas vezes no presente hehehe...

No domingo fomos a Herbstfest (festa de outono), organizada pelos portadores de necessidades especiais aqui da diaconia. O dia iniciou com um culto e depois almoço, seguido de apresentações. Passamos a manhã e o inicio da tarde lá. Foi bem legal ver essa festa cultural e também conhecer mais uma das muiiitas coisas feitas pela Diaconia (essa merece um novo post, pois temos muitas coisas para falar e mostrar, quase tudo na cidade é algo da diaconia) da igreja da Baviera. Já fiquei sonhando em fazer algum trabalho parecido com o que a gente tinha na Apae. Quem sabe no futuro posso contar histórias para eles e cantar??        
Culto ao ar livre
Muito legal esse balanço que as crianças amam.
Detalhe: olhe o céu, estava azul, lindo, e os aviões deixaram suas marcas.
Fim de festa, a Ana podre no carrinho
O final de semana foi quente. Mas agora já faz frio, máxima na casa dos 20 graus e a mínima já chegou a 5 graus. Ainda bem que as casas são super quentinhas por aqui, pois as paredes são muito grosas. Assim não precisaremos ligar o Heizung tão logo.

Bom, acho que os pontos altos da semana foram estes. Nos finais de semana temos sempre tentado conhecer algo diferente de nossa cidade ou cidade vizinhas. E sempre relataremos aqui nossas aventuras hehehe. Por sinal os lugares aqui são muito bonitos, curiosos e cheios de histórias.
Espero escrever em breve outro post, sobre o meu dia a dia. Tenho que salientar que o pessoal da Missão (a missão que nos concedeu a bolsa, não é uma comunidade, mas sim um departamento mega grande que envia missionários para vários lugares do mundo) aqui é um amor e tem feito de tudo para que nos sintamos bem aqui.

Outras pessoas que tem se esmerado muito para que nos sintamos bem aqui, são os nossos compadres: Gabriel e Tati, Vitor e Rebeca. Puxa, louvo a Deus por ter colocado vocês em nossas vidas. Vocês são muito preciosos! Obrigada por sempre estarem dispostos a nos ouvir, aconselhar e sanar todas as dúvidas do “novo mundo”. Muito obrigada!

Beijos a todos ai do outro lado do mar!!! Ich liebe euch!  

OBS.: Louvo a Deus todos os dias pela forma como Ele tem cuidado de nós aqui. Ele é FIEL.  

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Für Luther nach Deutschland


Brasilianer promoviert in Erlangen - Mission EineWelt fördert Forschungsvorhaben

Alexander Stahlhoefer kam mit seiner Familie
wegen Luther nach Deutschland.
© Jentsch/Mission EineWelt
Luther kann man nur im Land der Reformation studieren. Das stand für den Brasilianer Alexander de Bona Stahlhoefer von vornherein fest, und genau deshalb ist er für sein Forschungsvorhaben nach Deutschland gekommen. Der 29-Jährige promoviert in den kommenden fünf Jahren in Erlangen über Luthers Gerechtigkeitsbegriff.

Dabei ist es dem Pfarrer der brasilianischen evangelischen Partnerkirche (IECLB) wichtig, eine Brücke zu schlagen zu heutigen Fragen von Politik und sozialer Gerechtigkeit: „Luthers Welt war eine andere“, sagt er. „Wir leben 500 Jahre später.“ Mit einem Doktortitel in der Tasche möchte Alexander Stahlhoefer später in Brasilien Theologie unterrichten.

Die letzten drei Jahre arbeitete er gemeinsam mit seiner Frau in Timbó, einer 35.000-Einwohner-Stadt im brasilianischen Bundesstaat Santa Catarina. Dort sei die deutsche Vergangenheit auf Schritt und Tritt lebendig, erzählt er. Eine Bäckerei heiße etwa „Herrbrot“, der Schuhladen nach seinem Inhaber „Krieger“. Auch sein eigener Name sei natürlich deutscher Herkunft. „Meine Vorfahren kamen 1824 nach Brasilien.“

Über Mission EineWelt werden schon seit vielen Jahren Promotionen ausländischer Theologen an der kirchlichen Augustana-Hochschule in Neuendettelsau betreut. „Mit dem jungen Brasilianer kommt nun erstmals eine Zusammenarbeit mit der Universität Erlangen zustande“, freut sich Dr. Moritz Fischer, zuständig für Studienprogramme bei Mission EineWelt.

Die Stahlhoefers – neben Alexander noch seine Frau Luciane, ebenfalls Pfarrerin, und Töchterchen Ana – haben zunächst ihre Zelte in Neuendettelsau aufgeschlagen. Später ist geplant, nach Erlangen umzuziehen. Ambitioniert wie er ist, möchte Alexander Stahlhoefer seine Doktorarbeit auf Deutsch schreiben und besucht deshalb in den nächsten Monaten erst einmal einen Sprachkurs.


Annekathrin Jentsch, Pressereferentin
eingestellt am 5. September 2012

Extraido do site da Mission EineWelt - http://www.mission-einewelt.de/index.php?id=1768

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Altos e baixos

Lá se vai mais uma semana. Na verdade, estamos atrasados nas postagens, afinal de contas sem internet em casa não dá pra deixar tudo atualizado. Domingo passado (26/08) estivemos com a família da Susanne em Dietenhofen. Eles nos emprestaram o carro pra irmos no IKEA, como já falamos no post anterior. Foi um dia bem bacana, onde participamos de uma espécie de Dia de Comunhão da Gemeinschaft (como a MEUC) deles. Foi bem diferente de todas as nossas experiências em comunidade cristã no Brasil. Parecia que estávamos num daqueles filmes americanos, onde as pessoas assam linguiça na rua e come debaixo de barracas, dividem bolos e fazem o culto ao ar livre. Teve apresentação do grupo de metais com hinos clássicos e mais modernos, e o pastor que pregou tocou algumas músicas mais modernas pro público jovem. Bom, o pastor era uma figura a parte – sem comentários – vejam a foto dele e do encontro.
Pessoal durante o culto

Ana e suas amiguinhas alemãs

O Pastor figurassa!

A semana foi de altos e baixos. A Rebeca foi pra Jena no domingo a tarde, depois que voltamos de Dietenhofen. Então, agora pra valer estávamos sozinhos em casa. Sentimos um vazio, pois já fazia uma semana que a Rebeca estava conosco nos ajudando em tudo. A segunda-feira foi bem tensa. O Alex saiu cedo pra ir pra primeira aula de alemão – uma espécie de “teste” pra ver se aquele nível estaria ‘ok’ pra ele. Da nossa casa até na escola leva em torno de 1 hora, contando ir a pé até na estação e pegar o trem e etc. Isto significa sair de casa logo depois das 8h e chegar em casa pelas 15:30h. O que é tenso nesse negócio é que desde que casamos dividimos o ministério – e sempre estávamos juntos no horário do almoço. O costume aqui é que o pessoal faz uma parada pra um cafezinho pelas 10:30-11h e depois almoça perto das 14h. O curso começa as 9:30h e termina as 13:45h. Isto significa que mais ou menos um ano a Lu precisa almoçar sozinha em casa e eu tenho que almoçar fora/ou levar algo de casa. Digo um ano, pois tenho 6 meses de curso de alemão e depois o latim na Uni em Erlangen (que é um pouco mais longe ainda) Como estávamos muito acostumados a estar juntos à mesa e a dividir as tarefas com a Ana, esta nova rotina nos deixou tristes. Na verdade, ainda não estamos acostumados com este costume deles.

Como achei que o nível do curso estava bom pra mim, resolvi me matricular. Na terça eu iria pro curso, mas como ainda havia coisas a resolver em casa, e a Lu estava triste com essa história de não poder estar juntos no almoço pelos próximos tempos, então resolvi ficar em casa na terça. Foi a melhor coisa – com certeza pela mão de Deus. Na metade da manhã a secretária do Depto. de Missão Intercultural me ligou. Disse que eu devia ter ido no escritório dela pra uma reunião. Na verdade, eu havia pedido pra desmarcar – mas tudo bem. Remarquei pra tarde e fui lá. Recebi a informação de que o meu Studienleieter (responsável por cuidar dos projetos de estudos dos doutorados / intercambistas / etc) Dr. Moritz Fischer achava melhor eu não começar imediatamente o curso, mas esperar um pouco e cumprir alguns passos da agenda que eles me propuseram. Decidi ficar e seguir no plano original deles. Com isto a semana ganhou alguns compromissos diferentes e tive mais tempo pra ficar em casa. “Todos comemoram!” hehehe

Adendo nerd: O Manuel, um dos rapazes do TI da Missão é muito bacana. Ele é “quase” cego. Usa teclado em braile, tem um monitor enorme com uma função lupa pra acessibilidade, e ainda um software que lê o que aparece na tela quando ele passa o mouse. No meio da semana meu carregador de bateria do note se foi, mais uma vez! Ele me ajudou a adquirir um novo no eBay. Como vi que o negócio foi bem ágil e seguro, resolvi encomendar uma bateria nova, pois a minha estava viciada. Novamente tudo bem rápido e tranquilo. O Manuel, apesar de quase não ver nada, fez as duas compras na minha frente em uns poucos minutos.
Durante a semana tivemos uma série de reuniões. Primeiro nos encontramos com o diretor geral da Missão, Pastor Peter Weigand. Foi muito engraçado. Esperávamos encontrar um alemão com todas as formalidades. A Ana acordou em cima da hora, e pra não chegarmos atrasados num compromisso “formal” resolvi ir na frente e as meninas poderia vir depois. O que me deixou desconcertado, foi que estava ali na sala de espera, quando chega um alemão de camiseta polo, bem descontraído e me cumprimenta em português dum jeito bem brasileiro. Não podia imaginar que era o diretor. Ele pediu pra esperar um pouco, e logo a Lu chegou com a Ana. Batemos umas fotos oficiais com a jornalista da missão e depois fomos pra “reunião”, que foi mais um bate-papo bem tranquilo. Ele nos deixou bem a vontade e com trabalhou muito tempo no Brasil, fez questão de apontar a diferenças culturais e nos mostrar quais seriam os caminhos mais tranquilos pra um bom começo por aqui. Saímos de lá bem felizes por termos sido recebidos oficialmente por ele de uma maneira tão brasileira.

Outro momento marcante da semana foi a ida a Erlangen na quinta-feira. Foi só o Alex junto com o Dr. Fischer. Era uma reunião com o Doktorvater (literalmente: pai doutor) Prof. Dr. Wolfgang Schoberth. Repare que estou escrevendo os títulos, o que é muito comum aqui. Ninguém me chama pelo primeiro nome na missão, é sempre Herr Stahlhoefer, Frau Stahlhoefer (pra Lu). E no caso dos doutores, o titulo é parte do nome: Dr. Schoberth, Dr. Fischer, etc. Mas, novamente foi uma surpresa pra mim conhecer o meu orientador. Um cara super tranquilo, sem cerimonias e protocolos. A preocupação do Dr. Fischer era que eu fosse aceito logo pelo Dr. Schoberth. Mas acho que o Schoberth não estava muito preocupado com isso, pois já foi logo pulando pra parte prática: os livros ficam ali, logo vamos lá ver como funciona tudo, pra mim você começa amanhã se quiser, etc. Pra ele estava tudo certo, eu já estava aceito e agora esta só começar pra valer. Então tiramos um tempo pra nos apresentar e conversar um pouco sobre as possibilidades pra iniciar os estudos. A Dr.ª Sauber, assistente do Dr. Schoberth também participou do encontro e foi muito legal. Me falou da experiência dela como doutoranda e agora como habilitanda (é um “segundo” doutorado que se faz para que um doutor se torne habilitado para a docência universitária no sistema alemão,  aqui você só é Professor Doutor, se você tem a habilitação). Depois demos umas voltas nos quarteirões no entorno da faculdade de teologia pra conhecer um pedacinho do complexo da Uni. Falamos sobre matricula, e exigências acadêmicas, etc. O que me deixou bem contente é que possivelmente só precisarei fazer um semestre de latim, e ainda poderia fazer aqui em Neuendettelsau na Augustana Hochschule (faculdade de teologia da Igreja Luterana da Baviera). Ele olhou minha grade e a primeira impressão é de que eu não preciso fazer grandes coisas, basicamente é ir direto pro trabalho de pesquisa. Então não preciso ir muito à Erlangen, somente algumas vezes por semestre pra participar de um ou outro seminário, pro encontro de doutorandos e pros diálogos agendados com o Doktorvater. No mais, posso trabalhar em casa, pegar livros, xerox, ou mesmo acessar via internet (obras completas de Lutero, de filosofia, dicionários e enciclopédias teológicas e filosóficas completas no portal da Uni). Com isto se foi o medo que tínhamos de ter que ficar fazendo viagens continuas entre nossa casa e a Uni. Fora que morar em Erlangen está cada vez mais difícil, os preços são realmente altos e muita gente acaba morando nas redondezas pra pegar algo mais em conta. Então, se é pra morar nas redondezas, num cubículo pagando caro, no momento acreditamos que vale a pena ficar por aqui mesmo. Mas, vamos ver pra onde Deus nos guiará.

Voltamos pra casa e ao chegar aqui o Dr. Fischer para o carro, me cumprimenta e me diz: “Meu nome é Moritz”. Eu pensei, “sim, já sabia que esse era o seu nome”. Mas, logo me lembrei do que a prof. Ruth sempre dizia lá em Timbó: “Primeiro você deve tratar os outros com “Sie”, formal, depois que ficarem mais próximos o alemão via “tu-sar”, isto é, vai permitir você usar o “du”, informal”. E foi o que ele queria fazer comigo, dali em diante, nada mais de Dr. Fischer, simplesmente chame de Moritz. E eu disse pra ele, não precisa nem falar Alexander, basta Alex mesmo – prefiro assim. Ah, o Moritz é muito legal também. Ele a esposa são pastores, e logo depois de se formarem foram enviado pra Tansania onde trabalharam por 7 anos. Seus 5 filhos nasceram lá (eles tem duas duplas de gêmeos!! hehe). Aqui ele trabalha na Missão e na Augustana como Professor de Missiologia. A habilitação ele escreveu sobre pentecostalismo na África – um trabalho muito interessante sobre a fé em tempos de globalização.

No sábado fomos para Ansbach, a cidade maior mais próxima de nós. Pra entender melhor o que quero dizer com cidade “maior” aqui funciona assim. Há varias categorias de “cidades”. Tem as dorf que são vilarejos com características rurais. Depois tem as cidades Stadt (um pouco maior) ou Gemeinde (um pouco menor) – depende do tamanho. Neuendettelsau é uma Gemeinde, e cidade vizinha Heilsbronn é uma Stadt. Como um guarda-chuvas administrativo existe o Kreis (circulo) que reúne os órgãos públicos como fórum, depto de extrangeiros, ministério do trabalho, depto de transito. No nosso caso o Kreis fica em Ansbach. Por isso nossa cidade “grande/maior” é Ansbach. Ainda que grande mesmo, pros padrões alemães seja Nürnberg. Em Ansbach fomos no shopping. Precisavamos de roupas pra meia estação e queríamos alguns eletros. Foi uma boa escolha ir pra lá. Tinha ótimas lojas, conseguimos comprar bons produtos com preços bem acessíveis e também pesquisar algumas coisas pro futuro. Tenso foi a volta, pois saímos correndo pra pegar o trem em Ansbach. Chegamos na estação, embarcamos e o trem saiu. Desembarcamos em Wicklesgreuth, onde fazemos troca de trem, e descobrimos que não havia trem pra Neuendettelsau naquele horário, teríamos que ficar alí mais uma hora! Pior, estava chovendo e só havia um abrigo pequeno pra ficar. Enquanto esperávamos, surgiu um figurão, fumando um cigarrinho, cheiro de uma “brejas” a mais, falando inglês e perguntando pra onde iriamos. Logo entendemos que morávamos na mesma cidade. Aí, o figura indignado por esperar tanto tempo resolveu oferecer um taxi pra pagarmos as meias. Topamos na hora. Problema é que aquela estação fica no meio do nada, nenhum telefone público, celulares sem crédito. No final, ficamos ali esperando o trem. E o cara muito indignado ficou ali por perto. Eu e a Lu estávamos conversando e o camarada me interrompe perguntando: “Are you from Rumenia?” (Vocês são da Romenia?). Disse que não, que somos do Brasil. O cara deu um sorriso largo e soltou aquele “Eu sou de Portugal”, com o típico sotaque portuga. Muito engraçada a situação. Depois ficamos batendo papo até o trem chegar. Ao chegar em Neuendettelsau a chuva ainda não havia parado, então pensamos em pedir ajuda pro Jandir, mas não estavam em casa. Aí o portuga, o nome dele é Francisco, nos deu o numero de um taxi. Chamamos e fomos pra casa. Bom, graças ao figura que encontramos pudemos chegar em casa bem, e secos!

No trem saindo de Neuendettelsau

Pai e Ana no jardim do castelo em Ansbach

O castelo do conde de Ansbach

Fomos as compras no shopping, na volta mamãe de chapéu novo e Ana com seu xale
Aventuras a parte a semana foi de bastante trabalho em casa, só no domingo conseguimos terminar de limpar tudo – aquele faxinão geral! Também devagar vamos adquirindo o que falta pra casa ficar como gostaríamos. Agora ainda precisamos de um maquina de lavar-roupas, uma bicicleta e alguns itens de decoração. Estávamos decididos a comprar um computador novo essa semana. Mas, vamos priorizar um pouco a casa. Ficar dependendo da maquina de lavar do prédio é complicado. Cada lavada custa dois euros (4 moedas de 50c). Nem sempre temos trocado, o que impossibilita a lavada. Então, comprando uma maquina, além da praticidade, vamos com o tempo economizar um pouco. Decidimos que vamos comprar uma net 3G USB pré-pago pra esse mês. Até resolvermos a instalação de uma DSL vai levar quase um mês, e gostaríamos de poder acessar mais e manter contato com os amigos e família. Além da facilidade de poder pesquisar as coisas que precisamos no dia-a-dia. Também um celular faz falta, nesta semana vamos arrumar um.

Queremos novamente agradecer as orações de vocês. Percebemos muito claramente que Deus tem nos carregado, sustentado, cuidado, dado ânimo, nos livrado dos perigos, nos provado, nos dado paciência, e muito mais. Estamos aprendendo muito sobre o valor da confiança em Deus, da oração, da paciência. Sentimos e percebemos pela forma com que tudo acontece por aqui, que o Senhor está nos conduzindo e que a oração dos crentes faz a diferença. Continuem intercedendo por nós! E a reciproca é verdadeira, compartilhem seus motivos conosco, com certeza vamos orar por vocês também – alguns de vocês já estão na nossa listinha!

Neste post também vamos deixar o contato pra quem quiser nos enviar algo pelo correio, o que seria muito desejável ehehehe – aceitamos erva de terere, erva de chimarrão, feijão, farinha da mandioca e outros itens brasileiros hehehe.

Heilsbronner Str. 16
91564 – Neuendettelsau
Fone: 00 xx 49 9874 66734

Abraços nossos a todos vocês!
Alex, Lu e Ana Luisa.