sábado, 25 de agosto de 2012

Primeira Semana


Tudo é novidade, a casa, a língua, a cidade, a comida, a modo de ser das pessoas. Causa estranheza num momento, interesse no outro. É um tempo de descobertas, e ainda será por mais algumas semanas. O sentimento é bom, mas ainda vivemos isolados dos demais.


Galeria perto de casa

Mission EineWelt

Igreja Luterana


Gostamos muito da nossa nova casa. Um apartamento da Mission EineWelt no piso térreo na pequena cidade de Neuendettelsau. A melhor surpresa na chegada à cidade foi ver que havia sido preparado um local completamente mobiliado, equipado e com uma pequena compra de mercado feita. O Pastor Jandir e a Rebeca estavam no aeroporto pra nos buscar. O Vitor ficou em casa nos esperando. Foi muito bom tê-los conosco nestes dois primeiros dias. Depois da loucura que foi a viagem, estar em casa (e numa casa boa!) é reconfortante. Não imaginávamos que estaríamos tão bem aqui. Na área tem dois prédios de apartamentos, no fundo há um grande jardim, ótimo pra passar o fim de tarde e ir brincar com a Ana. Os dias estão ensolarados, e alguns dias o calor chegou a 35 graus. O sol se põe depois das 20h, o que é muito bom pra poder aproveitar o jardim, sentar no banco e tomar um chimarrão.

Escritório no quarto
 Já fizemos de tudo por aqui. Conhecemos os supermercados à procura de tudo que é necessário na casa. Às vezes demora pra encontrar as coisas que estávamos acostumados a ter no Brasil. Por outro lado há uma infinidade de outros produtos, sabores, tipos, cores e gostos por aqui. Alimentação, maneira de lavar roupas, de limpar a casa, tudo isto é diferente. Faz parte do choque cultural se defrontar com estas questões. Aos poucos vamos percebendo o que falta em casa, ou até mesmo, o que esquecemos no Brasil. Nossa lista de necessidades e desejos já estava enorme. A Rebeca está conosco esta semana toda, e tem nos auxiliado muito. Na sexta ela conseguiu um carro emprestado com uma família que mora aqui perto. São os pais da Susane, que foi voluntária no Lar Filadélfia em São Bento. Eles foram muito legais conosco. Vamos ficar com o carro até domingo, quando iremos à casa deles pra um almoço. Fomos ao IKEA. É uma loja muito grande que vende mobília e utensílios domésticos. Tem muita coisa, e os preços são convidativos. Conseguimos comprar boas coisas pra nossa casa. Conseguimos refazer o quarto da Ana. Até deu pra dar uma equipada no meu escritório! Encontramos uns travesseiros melhores (aqui é tenso, o pessoal usa uns almofadões enormes pra dormir, e geralmente as camas de casal têm colchões separados). Enquanto almoçavamos no IKEA uma brasileira que mora em Nürnberg nos encontrou. Eu já havia adicionado ela no Facebook, por sugestão de uns amigos nossos da MEUC de Maripá. Não imaginava encontra-la tão logo.

Também recebemos uma visita bem legal na terça. A Manu, que foi voluntária no PEAL-Timbó e mora aqui perto, trouxe o Nilton e a Vera Stein de Timbó. Eles estão passeando por aqui e vieram ver nossa casa. 

Manu, Nilton, Vera e Lu
Na quinta fui de trem com o Jandir pra Nürnberg. Fiz o caminho junto com ele pra aprender a chegar até a escola de idiomas. Na segunda vou fazer uma aula numa turma que já está em andamento pra verificar se me adapto naquele nível. Tive pouco tempo pra andar por lá, o curso é perto da Lorenzkirche, então tem tudo por perto. Estou pesquisando opções pra acesso à internet. Por enquanto só tenho acesso no escritório da MEW. O acesso via 3G ou 4G são bons, alguns até bem baratos, mas os vizinhos disseram que não estão pegando muito bem aqui. Melhor seria instalar um DSL na linha telefônica. Me disseram que a vizinha de cima já solicitou a instalação em nome da MEW e que seria distribuída pros outros moradores. Vou esperar pra ver se dá certo. Também preciso de um celular, pra falar com a Lu quando estou fora. Ainda tá difícil pra escolher algo. Numa coisa, aqui é muito semelhante ao Brasil. Os contratos das companhias são totalmente pilantras, cheios de linhas miúdas e coisas pra pagar extra. Então quero pesquisar com cuidado. Fora que um plano sempre significa uma conta pra pagar todo mês. E vivendo de bolsa de estudos não dá pra ficar gastando muito.

Nossa Ana está bem querida, feliz e bem de saúde. Tem dormido bem e agora está totalmente adaptada ao fuso horário. Está se alimentado bem, como sempre! Nosso desafio é fazer algumas adaptações na dieta dela com base nos alimentos frescos que temos em cada época aqui. Preferimos não dar alimentação industrializada, e ela também não curte muito. O quartinho dela ficou muito fofo depois da ida ao IKEA.

Créditos: Rebeca Scheidt Schell 



Agradecemos a todos os amigos e amigas que estão acessando o blog e mandando recados pelo Facebook e Twitter. Deixe sua mensagem pra nós comentando aqui no blog também! Obrigado pela orações, pelo apoio e carinho de todos. Amamos vocês. Tenham a certeza de que estamos aqui pra engrandecer o nome do Senhor Jesus Cristo e segui-lo neste contexto onde agora estamos. Orem para que consigamos aprender o alemão rapidamente. Há a possibilidade de a Lu conseguir uma professora particular pra ela, pois é difícil ir a Nürnberg agora que a Ana ainda mama, e a Lu precisa aprender o idioma. Orem para que consigamos fazer novas amizades. O povo alemão não se abre de começo, mas quando se faz uma amizade você a tem pra toda a vida e pra toda ocasião. Semana que vem tenho meu primeiro diálogo com o orientador, ouvi falar muito da fama crítica dele. Orem para que eu tenha um bom relacionamento e aprendizado com ele. Abraços e beijos brasileiros direto da Alemanha. Alex, Lu e Ana Luisa.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Finalmente na nova casa!


Olá amigos e amigas, muito obrigado por aguardarem com paciência notícias nossas. Enfim, estamos em nossa nova casa aqui em Neuendettelsau.

O caminho de Timbó até aqui não foi fácil. Saímos de Timbó na sexta-feira, 17/08 um pouco depois da 8h da manhã. Essa galera aí da foto nos acompanhou. 

São pessoas especiais que Deus colocou na nossa vida e que ajudaram muito nesse processo de despedida do Brasil. Nossos pais também foram junto conosco até o aeroporto em Florianópolis. Foi ótimo para nós poder ter amigos queridos perto de nós. Nossos compadres, Carol e Israel também estavam lá nos esperando. Chegamos ao aeroporto cedo, pelas 11h. Logo fizemos o check-in. Até parecíamos gente importante, celebridade, flashes para todo lado. Além das malas: 4 de 32kg (enormes) mais 4 de uns 10kg cada. 

Cumprida esta etapa almoçamos e ficamos de papo até as 13h. Aí veio o momento mais tenso, a despedida. Foi aquela choradeira. E não tinha como ser diferente. Sabemos que em 4 anos voltaremos, e gostaríamos de vir ao Brasil uma vez neste tempo. Mas, não tem como não ser doloroso dizer “tchau”. É uma etapa da vida que se encerra ali. Foram inúmeras histórias e momento em comum. Era hora de iniciar algo novo. A separação traz dor em nosso coração. Choramos muito, agradecemos muitos, valorizamos aquele último momento com todos que ali estavam. E depois, embarcamos na primeira etapa rumo à Alemanha.



Até São Paulo tudo tranquilo. A Ana foi bem, nós também. Chegamos lá fomos direto ao check-in da TAP onde trocamos os cartões de embarque. Depois fomos trocar uns Euros e comer algo. Compramos uma bandeira do Brasil e um boton pro carrinho da Ana. 

E então, embarcamos pra próxima etapa. O voo estava marcado pras 17:10h, mas acabou saindo só as 18h. O embarque foi meio atravessado. Já começou meio estranho, sem muita explicação. No começo do voo tudo bem: serviço de bordo, comida da Ana, entrenimento a bordo. 

Mas lá perto das 22:00h queríamos descansar, mas nada de desligar a luz, nem de colocar o berço da Ana. Pedi, e nada acontecia. Até que depois das 23:00h vieram e colocaram o berço.

 A Ana mal dormiu 30 minutos e vieram as comissárias pedindo pra tirar ela por causa do sinal de afivelar cintos. Ficamos com ela no colo por 3 horas! Nesse tempo, não dormimos e ela dormia 30 minutos e acordava chorando. Foi uma loucura!! Depois da 1h da manhã o sinal dos cintos se apagou e colocamos a Ana pra dormir no berço. 2:30h ligaram as luzes pra servir o café, ou seja, não dormimos quase nada e a Ana acordou. Pousamos as 3:45h em Lisboa (7:45h hora local), mortos de sono e cansados. E o pior, como o voo saiu atrasado tínhamos 15 minutos pra conexão. Saímos correndo, fomos até o monitor e vimos que o voo estava remarcado pras 8:40h. Achamos que estava tudo bem. Fomos pra fila da imigração. Perguntei se não tinha fila prioritária para pais com bebes. A funcionaria disse que não. Então, fomos pra uma fila com umas 100 pessoas na nossa frente, pelo menos. Quando faltavam umas 10 pra serem atendidas um policial nos viu e tirou da fila – ali descobrimos que tinha sim prioridade, mas que a funcionária não informou nada. Pior é que a TAP nem sequer tinha um funcionário pra dar informações ou pra agilizar o processo dos que estavam com conexões no laço. Fomos pro raio-x e quando saímos de lá já estava com o horário em cima. Corremos pro portão e chegando lá: “Portão fechado”. Que tristeza, que revolta. Reclamei, mas só me disseram: vai lá no portão 15 e resolve. Fomos lá, outra fila enorme. Fiquei duas horas em pé esperando. A Ana dormiu no banco do aeroporto. De longe via a Lu sentada com um pano cobrindo os olhos tentando descansar. Enquanto isso um monte de brasileiros na fila com o mesmo problema. Fui atendido e recolocado num voo da Lufthansa. Nosso voo pela TAP teria saído 8:40h, o que fomos recolocados saiu as 17h! Final das contas, ficamos quase 8h no aeroporto! Cansados, sem dormir, sem água e sem comida. Quando peguei os vouchers já era quase 14h! Então, fomos comer e tentar descansar um pouco. A Ana dormiu um pouco no carrinho. Ligamos pra Alemanha pra tentar avisar do ocorrido, mas não conseguimos. Só avisamos a família mesmo, e o Gabriel e a Tati que tentaram falar com o Vitor e a Rebeca que já estavam nos esperando.
Ana comendo seu feijão em Lisboa 

Descansando um pouco no carrinho

Aguardando embarque pra Frankfurt
Quando embarcamos no voo da Lufthansa parecia que o pesadelo estava acabando. Não víamos a hora de sair de Lisboa. O voo foi tranquilo, o serviço muito bom, mas a Ana estava nervosa, pois estava muito cansada. Passei boa parte do voo com ela em pé no corredor pra que não chorasse. Chegamos em Frankfurt as 21h, no horário alemão. Pensamos que teríamos algum tempo pra fazer a Ana dormir, mas o aeroporto era muito grande. Fomos direto pra área de conexão, e o próximo voo já estava nos esperando. Pelo menos em Frankfurt tinha alguém pra dar informações e a coisa funcionou, pois mesmo com o pequeno atraso de 30 minutos na saída de Lisboa, conseguimos embarcar tranquilamente pra Nürnberg. O voo foi rápido, a Ana dormiu no colo o tempo todo. Chegamos as 22:15h. Esperamos as malas, que pra nossa tristeza, não chegaram. Obrigado TAP! Ah, tem um detalhe importante, em Lisboa fiquei 1:30h esperando pra me entregarem o carrinho da Ana – com tanta agilidade, não era de se esperar outra coisa que não perder o voo e as malas junto!
O Jandir e a Rebeca estavam nos esperando no aeroporto. Foi um alívio chegar. Reclamamos as malas e fomos de carro pra casa. Chegamos as 23:30h em Neuendettelsau. A Ana custou a dormir. Precisamos dar um banho nela, e depois colocamos no berço, já passado da meia-noite. Então nós tomamos um café com o Vitor e a Rebeca e conversamos um pouco, até a adrenalina baixar. Fomos dormir pelas 2:30h. 

O resto contamos depois.... Ah, estamos sem internet por enquanto, mas vamos tentar agilizar pra poder manter todos informados! Amamos vocês, e continuem orando por nós. Beijos e abraços, Alex, Lu e Ana Luisa.

Obs da Lu: O apartamento é muito bonito, em breve faremos um post.