quarta-feira, 12 de junho de 2013

Impressões de um passeio por Praga

Oi pessoal,

 Quero falar sobre algumas impressões sobre a cidade de Praga. Mesmo que tenha chovido boa parte do tempo que passamos por lá o passeio foi realmente muito bom [depois que chegamos de volta a Alemanha descobrimos que no domingo a tarde a enchente tomou conta da cidade]. A cidade é linda e muito tranquila pra passear a pé.

Visitamos três regiões da cidade: Josefov (bairro judaico), a cidade antiga, e o Castelo.

No bairro judaico visitamos o cemitério antigo, três sinagogas e um centro de cerimonial funebre. Os varios sitios recontam a história da comunidade judaica local, junto com a história das suas perseguições e costumes próprios. É muito interessante observar que ao longo dos séculos judeus de todas as partes da Europa fugiram para Praga, e lá não encontraram a paz que procuravam, sendo de lá também expulsos. Por isto é fácil de entender porque em uma sinagoga os textos estão escritos em Yidiche (hebraico misturado com alemão) e em outra as tradições são espanholas.


Fato que me chamou a atenção é que em uma das perseguições o principal motivo foi que os judeus falavam alemão e tinha negócios na Alemanha, isto numa época em que a Boemia e a Alemanha estavam em confronto. Ou seja, a questão étnica, por vezes, foi uma desculpa para eliminar um grupo que por sua coesão e unidade representava um perigo econômico (e nacionalista?). Mas claro que o antisemitismo na Europa medieval era uma desgraça que só veio realmente a tona com o nazismo, pois até ali parece que ninguém deu real importância aos crimes contra grupos étnicos.

Fiz questão de ir até a Capela de Belém, onde Jan Huss pregava. Na verdade é uma réplica da capela, pois os católicos (diga-se de passagem os HABSBURGO e seus jesuitas) trataram de eliminar os rastros dos Hussitas. A desgraça reformatória precisava ser exterminada, e os reis catolicos fizeram todo esforço para apagar as pistas da história. Claro que um reino dominado por imperadores estrangeiros, como a Boemia e Morávia, não podiam contar com um herói nacional, que valorizou a lingua tcheca e a universidade local em detrimento dos poderes estrangeiros. Então além de manter o catolicismo, era necessário manter o dominio dos Habsburgo sobre a  cidade.

O Castelo da cidade, e adjacências, são uma memória de um dos mais antigos reinos da Europa, o reino da Boêmia e da Morávia, inclusive foi sede do Sacro Império Romano Germânico sob Carlos IV. Em si, não é um castelo do estilo Neuschwanstein ou Hohenzollern onde se pode ver o luxo e as joias dos reis, mas é um local de muita história, onde se percebe como se desenvolveu a nação tcheca e a cidade de Praga. Nas estreitas ruas na volta do castelo, como pode ser vista na foto abaixo, muitos artesãos e alquimistas residiram e trabalharam sob encomenda do reino. O mais famoso foi Tycho Brahe que retrabalhou empiricamente as conclusões de Copérnico e forneceu toda a base conceitual para Kepler formular as suas 3 leis sobre a órbita dos planetas.

Na última noite na cidade a Lu e seus pais foram ao Teatro Nacional para assistir um balé. Era um dos sonhos da Lu poder ver uma apresentação num grande teatro. De fato eles aproveitaram bastante a noite, sentando em sua cabine particular para assistir a peça. Valeu a pena ter saído com chuva, pegar trem e metro sem saber falar inglês (nem tcheo, obviamente)!




Curtimos muito o passeio, e quem quiser fazê-lo, recomendamos. Praga é mais barata em relação a Alemanha pro turismo, então acaba sendo um destino vantajoso, além de atraente em opções culturais.
No próximo post contaremos um pouco sobre a Aninha e como ela aproveitou esse tempo com os avós.





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